segunda-feira, 10 de setembro de 2012

28º Dia

Quinta feira, e a dor de cabeça continuava! Tinha acordado durante a noite com a dor, por isso fiquei sonolenta durante a manhã... fui tomar banho mais tarde e tudo. O meu cabelo continuava a cair a um ritmo muito rápido, eram cabelos por todo o lado. Pedi ao meu pai na hora da visita, para me agarrar no cabelo e puxar ( porque alguns já estavam mesmo soltos e estava-me a fazer impressão estar a senti-los nos ombros), ele muito devagar fez o que lhe pedi e fez uma expressão tão enjoada quando viu quanto cabelo ficou na mão dele... achei-lhe imensa piada, porque eu já estava habituada. Fazia-lhes mais impressão a eles do que a mim. Entrou uma doente para a cama do lado, que esteve tanto tempo vazia. Era a Soraia, tinha 30 ou 30 e poucos anos e já estava no hospital há um tempinho. Tinha feito um transplante acho se bem me lembro. Já tinha companhia para ver se o tempo passava mais depressa. Fazia quimio no dia a seguir, e se continuasse tudo bem tinha alta na segunda. Como a dor de cabeça não passava marcaram-me uma TAC para a parte da tarde. Estavam com medo que a doença tivesse progredido de maneira diferente ao esperado. Fiquei de jejum... jejum e cheia de dor de cabeça, melhor era impossível. Chegou a hora de ir para o piso da TAC, meti-me na cadeira de rodas e lá ia eu dar mais uma voltinha "à rua". Não cheguei a meio do caminho, sempre que me sentava ou levantava da cama a dor de cabeça aumentava tanto que mal conseguia abrir os olhos. Voltámos para trás e tive de ir na maca... deitadinha, o pior é que a dor continuava, ia demorar a passar. Esperei mais de 1h para fazer a TAC... estava cheia de fome, cheia de dor e sozinha ( na hora da visita é que tinha de ir fazer exames, não achava nada justo). Voltei para cima e a disseram-me que a TAC estava normal... oficialmente, a dor de cabeça tinha sido devido à P.L. Já não tinha de tomar conta da dona Helena sozinha, o que era um alívio... Podia descansar quanto a essa parte finalmente. Com a Cândida já me entendia bem, era engraçado quando ela me tentava dizer alguma coisa e eu dizia-lhe que não estava a perceber nada e ela soltava uma gargalhada tão engraçada e tão cheia de ternura... acho que não há grande explicação para isso, só quem vê é que percebe, por mais que eu tente explicar.

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