sexta-feira, 17 de agosto de 2012

11º Dia

Segunda feira, já tinham passado 10 dias, e eu ali continuava. A avó ia ter alta hoje. Fiquei contente, mas sabia que ia sentir falta dela e das nossas brincadeiras. Ainda me restava a dona Ana e a Celeste ( que já melhorou um bocadinho). A Núria hoje passou por lá, e o João M. também. A Dra. quis falar comigo e com a minha mãe. Ao contrário do que o médico me tinha dito no sábado, não tenho de ser operada coisa nenhuma. A Dra. estava com muitos rodeios, com medo de falar ( e eu não estava a perceber nada). Perguntei então que raio de massa era aquela afinal e como é que a tirávamos de lá! Foi aí que ela disse… “ Pronto, como já sabes é um tumor ( não, eu não sabia que a massa era um tumor… para mim era só uma massa). É um linfoma, o melhor nome que podíamos ouvir!”. A minha mãe não pareceu surpreendida, porque como já disse antes, já se tinha apercebido da situação. Não pensei naquilo sequer, só queria que me dessem alguma coisa para passar o inchaço! Foi aí que soube que na terça ia fazer uma biópsia óssea, e que depois disso davam-me logo cortisona para reduzir o inchaço. Nem pensei em mais nada, não pensei no tumor, não pensei na biópsia, só queria deixar de ter aquele mau estar! Pela milésima vez uma das minhas veias já era… Veio a Inês picar-me, para amenizar a situação começámos a cantar Linkin Park ( que era o toque do meu telemóvel) e como estava distraída parece que nem doeu tanto. Veio outra senhora para a cama da avó, que também se chamava Ana. Não criei muita ligação com ela, muito menos depois do que ela me fez na manhã a seguir… Ainda a Inês me tinha picado à tarde, e tinha de ser outra vez, pedi para ser a Vivi. O enfermeiro João consentiu, e conseguimos à primeira tentativa. Estava a começar a ficar receosa quanto à biópsia e sentia que não conseguia respirar bem. Toquei à campainha umas quantas vezes durante a noite. A Vivi uma vez ficou lá um bocadinho comigo, a falar, para ver se eu ficava melhor. Não criei muita ligação com a senhora que entrou nesse dia, muito menos depois do que ela me fez na manhã a seguir…

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