quarta-feira, 8 de agosto de 2012

2º Dia

No sábado, acordaram-me de manhã… não percebia nada da rotina hospitalar. Perguntaram-me o que queria para o pequeno almoço e eu respondi de imediato “quero leite com café”! Comer de manhã não era comigo, bastava-me o meu leite com café. Bebi o meu leite descansadinha, e vem de lá uma enfermeira. Mal eu sabia que todos os dias ia ser picada. O quê?! A sério? Tirar-me sangue outra vez? Ainda ontem tiraram duas seringas cheias de sangue. Enfim, lá teve de ser. A seguir fui tomar uma banhoca, para vestir o meu pijama e tirar aquela camisa horrível. Agora sim, sentia que tinha uma vida de princesa. Já tinha a banhoca tomada, não tinha nada para fazer, tinha uma cama com lençóis acabados de trocar, não tinha de fazer nada, e ainda me levavam a comida à cama. Sentia-me bem, não me sentia doente. Era hora de almoço e depois começava a hora da visita. Os meus amigos da faculdade, ou amigos que estudam em Lisboa, como é obvio foram a casa... Sabia que ninguém me ia lá ver a não ser os meus pais. O que me chateava mais era ser sábado, o pessoal todo ia sair à noite e eu enfiada num hospital. As minhas colegas de quarto, já parece que as conheço ao tempo. Não consigo perceber é porque é que a Celeste fala tão baixo e quase que não se percebe nada. As visitas delas, eram simpáticas. Chegavam-se ao pé de mim a perguntar como estava, o que tinha, a minha idade, essas coisas... E eu respondia que estava bem! Pelo que percebi, era das mais novas ali internada, só vi-a gente de mais idade por lá. Nessa tarde chegou uma senhora para ficar na cama à minha frente. Como já estava ambientada às minhas outras colegas, meti conversa também com esta nova colega. O nome dela era Ana. Tava na casa dos quarenta, e tinha uma filha 2 ou 3 anos mais nova que eu. Quando as minhas visitas iam embora, tinha de me agarrar a alguém naquele quarto, e aquelas 3 pessoas, juntamente com as enfermeiras, começaram a fazer parte da minha vida, tal como aquelas pessoas que me fizeram companhia por mensagens e telefonemas. Comecei a ter sentido de humor naquele quarto de hospital, coisa que nunca tinha tido antes. Comecei a brincar e a dar-me àquelas pessoas, que eram a minha companhia dia e noite mesmo só as conhecendo à pouco mais de 24h. Houve uma auxiliar nesse dia, a Paula, que disse que a minha cara não lhe era estranha, mas a dela era-me muito estranha e ficou assim a conversa. Continuei maravilhada com a comida do hospital, não era assim tão má! E como na sexta feira à noite, vieram medir-nos a tensão ( devem fazer isto todos os dias). Ter sono cedo é que ainda não era para mim.

7 comentários:

  1. serviço de quarto, nada para fazer, boa gente, boa comidinha... quase um hotel portanto :p eheheh

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  2. Confere! Quase um hotel... só faltava o quarto individual ( que vem mais tarde) :)

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  3. Ana, antes demais quero felicitar-te e agradecer-te por esta partilha das tuas experiências e pelo exemplo de força, alegria e coragem. Ainda bem que gostaste da comida do hospital, acho que é a primeira vez que ouço um elogio da mesma :p
    Espero que continues a escrever e a inspirar-nos :)

    Beijinhos,
    Inês

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  4. Inês, não sabes como foi importante ler as tuas palavras e sentir que o que escrevo é valorizado!( a parte da comida do hospital, foi só até certa altura! :p) Um beijinho e obrigada por tudo!

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  5. Foi uma das minhas grandes amigas de faculdade que fizeram com que achasse o teu blog. Um muito obrigado por partilhares as tuas experiências que, a meu ver, constituem um grande exemplo para todos.

    Continua assim a "caminhar na esperança" e na força!

    Um grande beijinho e FORÇA.


    Diogo Amaral

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  6. Diogo, obrigada por ocupares um bocadinho do teu tempo a leres as minhas experiências! Espero ter contribuído com alguma coisa para a tua vida... *

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  7. Minha linda acho maravilhoso o qe estás a fazer aqui.. dares força a outras pessoas qe estao a passar pelo mesmo que tu e principalmente teres essa força estupenda!

    Adoro.te minha guerreira :)

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