segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O antes...

Sou uma pessoa completamente normal, nunca tive nenhuma doença, gosto de beber os meus copos com os meus amigos, gosto de fumar os meus cigarros, gosto de chegar a casa de manhã, gosto de jogar à bola, gosto de brincar com a minha irmã, gosto de andar na faculdade… Imaginem uma pessoa de 20 anos, eu era igual a todas as outras.

As saídas à noite eram constantes, sempre acompanhadas de álcool e tabaco. A faculdade ficou para segundo plano, o que importava eram as saídas e os meus amigos. Aqui para nós, eu nem gostava muito do curso, queria era estar a morar sozinha sem ter os meus pais a (supostamente) chatearem-me, fazer o que me apetecia, enfim… mais uma vez, o normal da idade!

Em Julho, estava já eu muito descansadinha em casa dos meus pais… Quando respirei, senti uma dor na zona do pulmão direito… e a dor continuou sempre que respirava. Decidi ir às urgências aqui do centro de saúde, porque como fumava, tinha medo que fosse algo relacionado com isso, e se há coisa que não queria era deixar de respirar! O médico teve a simples bondade de me auscultar, e dizer-me logo de seguida que tinha rasgado um bocadinho do tecido que reveste os pulmões, a pleura. Rx ? Naaa, para quê? Só auscultar chega bem. Receitou-me uns analgésicos e de facto, a dor passou!

Em Agosto, fui com os meus pais, a minha irmã e uns primos fazer a subida do rio Douro. Não tinha posição para dormir na viagem até ao Porto. Fiquei cheia de dores nos ombros. Esse fim de semana passou e as dores continuaram, até massagens recebi várias vezes, pensando eu que tinha dado algum mau jeito. E assim continuou.

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Em Setembro, fui uma semana para o Algarve com os meus pais, a minha irmã e o meu primo. As dores nos ombros continuavam, e como se não bastasse, um dia acordei de manhã com a cara toda inchada, sem quase conseguir abrir os olhos. Fui à praia com os putos jogar à bola, e cansei-me muito. Tinha de estar sempre a parar para me sentar. A minha irmã até dizia “ eh mana estás sempre cansada”. Voltámos para casa, e a minha mãe preocupada disse para ir ao médico. Fui teimosa, eu sei, no dia a seguir a chegar do Algarve fui a Lisboa ter com uns amigos, e as dores persistiam. Voltei para casa e claro que ouvi ralhar, não só da minha mãe como do meu pai. No dia a seguir, uma terça feira, acabei de almoçar e fui fumar o meu cigarro, tal não é o meu espanto quando dou por mim a tossir expectoração com sangue! Com medo de ser alguma coisa ainda relacionada com a pleura, decidi ir às urgências nesse dia. Queixei-me, falei de ter rasgado a pleura, e mais uma vez fui auscultada. A médica disse que não havia nenhuma alteração a nível pulmonar e que a tosse nada tinha a ver e que o sangue poderia ser de tossir muito, alguma pequena ferida ou assim. Quanto aos ombros, devia ser uma dor muscular qualquer… Tomei uns comprimidos até quinta feira mas as dores não passavam. Resolvi voltar novamente às urgências. Mais uma vez não encontraram alteração a nível pulmonar e receitaram-me outro medicamento para as dores nos ombros e, uns exames que devia fazer se não passasse nos próximos dias ( o tal rx que deveria ter sido feito da primeira vez que fui às urgências). Com isto tudo, marquei uma consulta on line para o meu médico de família, para ver se ele me passava uns exames de rotina. Nesse domingo seguinte, ainda tinha as dores, mas decidi ir para Lisboa na mesma… era a semana de praxes na faculdade e eu tinha acabado de mudar de curso e achei que seria mais fácil fazer conhecimentos nessa semana. A minha mãe bem que me pediu para ir só depois de estar melhor, mas eu queria reencontrar-me com os meus amigos e aproveitar a semana de borga porque estava decidida a dedicar-me inteiramente aos estudos na semana seguinte. Nessa quarta feira houve jantarada lá em casa... umas pizzas e umas sangrias do Pingo Doce! E as dores continuavam… uma das amigas presentes lá em casa até me fez massagem nessa noite. No dia seguinte, acordei com a cara toda inchada, e lembro-me que nessa noite tossi e suei bastante. Não saí da cama sequer. O inchaço e as dores não passaram. Tive sempre sozinha nesse dia, até chegar o meu colega de casa… Assustou-se quando olhou para mim, mal abria os olhos de tão inchada que estava a minha cara. Tinha combinado com a minha mãe que na sexta até ia mais cedo para casa, para ir às urgências. Mas o meu colega disse que se não acordasse melhor ia comigo ao hospital Santa Maria.

6 comentários:

  1. Escrever é do melhor que pode haver. Expor os sentimentos e tudo aquilo que se passa connosco! É um grande passo :)
    E eu sei, que tu és das pessoas mais fortes que conheço, e tenho um grande orgulho em ti.
    De sempre e para sempre, Marta Neto

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  2. Já ouvi falar de ti e da tua força. Mas queria dar-te os parabéns pela iniciativa de criares um blog e, de certa forma, ajudares a crescer quem por aqui passa. Quando li este texto percebi que ninguém está imune de coisa alguma e este, por si só, já é um graaande ensinamento.

    Muita sorte para a tua vida.

    TeresaBM*

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  3. Martalicious, fico contente em ler as tuas palavras.. escrever é sem dúvida o melhor que pode haver. :) *

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  4. TeresaBM, fico feliz por saber que este pequeno texto já serviu de alguma coisa! Obrigada pelo teu comentário, e por te tornares seguidora.. :)

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  5. Esse cabelinho...que a tesourinha da minha franja cortou :D Tu sabes......<3 <3

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  6. Eu sei <3 e sei que tu também sabes :D

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