terça-feira, 14 de agosto de 2012

8º Dia

Sexta feira, ainda era cedo mas eu sabia que tinha de ser. É a Andreia que vem tentar encontrar-me uma veia… e assim que picou apanhou-a. Tinha sido tanta vez picada, para em menos de 5min ter um acesso novo. Continuava toda inchada, sem conseguir fazer as coisas mais básicas sozinha. Parecia que o meu pescoço estava mais inchado ainda, não sei se é impressão minha se é mesmo verdade. Foi a Andreia que me lavou de novo o cabelo e me ajudou a despir. Os estudantes de medicina apareceram para falar com a Celeste. Eu estava a tentar tirar o computador da mala ( com uma mão só, é difícil), e a mala caiu para o chão. Começaram todos a olhar a perguntar-me se precisava de ajuda e a correr para me apanharem a mala. Foi um momento bastante engraçado. Depois de falarem com a Celeste, pediram para falar comigo… Iam-me encher de perguntas, mas não me importei muito. Até foi agradável. Agora acabaram-se as corridas com a avó. Não tinha nenhum exame para fazer, não ia sair do quarto para nada… era um dia ao que eu chamo de “normal”. As visitas da dona Ana, é como se fossem minhas também… o marido dela era simpático e metia-se comigo e a filha dela, a Ana também era simpática ( como todos eles). Eu não me calava, tinha sempre qualquer coisa para dizer (o que não era nada habitual), até a minha mãe já me estranhava. O jantar era panados, e tinha bom aspecto! Já não tinha visitas, e não estava a conseguir cortar a carne. As enfermeiras vieram de passagem e a ViVi teve a excelente ideia de me ajudar naquela tarefa ( as facas não ajudavam, eu bem que tentei). Tinha a minha companhia noturna pelo telemóvel até adormecer. Só conseguia estar numa posição para adormecer por causa do braço e do pescoço ( o braço tinha de estar poisado na almofada por causa do peso do inchaço). Não era muito agradável, mas era o que se arranjava. Sabia que o dia a seguir iria ser outro dia “normal”, era fim de semana, confesso que dormia mais descansada.

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